Bélgica de Norte a Sul – Parte I, Bruxelas

Com o fim do ano se aproximando, comecei a sondar sobre o reveillon aqui em Cork, e todos, sem exceção, disseram ser deprimente! É que por aqui eles não comemoram como a gente, e ainda mais por ser uma cidade pequena, nem queima de fogos rola. As pessoas ficam com as famílias ou vão para os pubs.

Decidimos então procurar um vôo barato pra pelo menos não passar em branco, e foi ai que surgiu o destino: Bélgica!

Natal na Grand Place em Bruxelas

Para a noite de ano novo não teve discussão, seria em Bruxelas! Mas aí comecei a pesquisar, e tudo é tão pertinho… no fim acabaram sendo 5 cidades + uma abadia onde é produzida cerveja trapista! Parece pouco pra  quatro dias mas conseguimos aproveitar tudo que planejamos e de quebra ainda vimos neve pela primeira vez!!!

Uma informação importante sobre o país é que ele tem três línguas oficiais: o holandês (ou flamengo), falado na região norte (conhecida como Flandres), o francês, na região sul (conhecida como Valônia) e o alemão em uma pequena área do sudeste.

A capital Bruxelas fica no norte, porém usa as duas primeiras línguas e basicamente se fala inglês em todos os lugares.

Confira abaixo o roteiro completo passando por Bruxelas, Abadia de Orval, Durbuy, Dinant, Bruges e Ghent.

Dia 1: Bruxelas

Para ir do aeroporto ao centro pegamos um ônibus que para próximo ao centro e demora aproximadamente meia hora, dá pra comprar o bilhete na própria maquininha no aeroporto, é bem simples. Existem também outras opções, veja todas elas aqui.

Ficamos hospedados no First Euroflat Hotel com pontos no cartão. O quarto é ótimo e a localização também é bastante boa, próximo a estação Schuman do metrô, que demora cerca de 10 minutos até o centro, mas extras como o café da manhã são ridiculamente caros!

Como chegamos no último dia do ano, deixamos as mochilas e corremos para o Museu Magritte (nossa ideia era ter conhecido também os Museus Reais de Belas Artes o o Museu dos Quadrinhos – principalmente por causa da arquitetura do prédio -, mas todos fechavam mais cedo no dia então tivemos que escolher).

Para chegar lá passamos pelo Parc de Bruxelles, que estava lindo cheio de neve e foi onde vi cair o primeiro floquinho de neve da vida!

O acervo do museu é bem legal! Eu conhecia poucas obras, então deu pra ter uma ideia mais ampla, entender o processo e conhecer um pouco da história desse artista considerado surrealista, além de ter ficado curiosa pra saber mais sobre a história por trás de cada obra. Mas não vou mentir, é um museu um pouco cansativo, talvez pela maneira que as coisas estão expostas, meio linear demais, não sei. A lojinha é de enlouquecer, que pena que minha verba só deu pra um cartão postal! Rs

Museu Magritte em Bruxelas - Bélgica

Saindo de lá passamos em frente ao Old England Building, um maravilhoso prédio em estilo Art Nouveau onde funciona o Museu dos instrumentos musicais e depois descemos para o Mont des Arts. Embora o dia estivesse bem nublado, deu pra sentir que a cidade seria linda! Não deixe de reparar em cada detalhe, em cada construção, é tudo simplesmente lindo!

Roteiro Bélgica - Bruxelas

Descemos para a Cathédral des Saint Michel et Gudule, uma imponente igreja gótica de 1047, e seguimos para as Galeries Royales Saint-Hubert, uma linda e luxuosa galeria do século XIX com corredores cheios de lojas de grife e principalmente, de chocolate belga! Vale a pena nem que seja pra comprar uma trufinha, que aliás indico a de tiramissú da La Belgique Gourmande (a loja é tão linda que vai te dar vontade de entrar nem que seja só pra olhar).

Um outro doce típico do país é o Neuzen, uma bala no formato de nariz que honestamente não me deu vontade de experimentar, provamos um pedaço de uma coberta com chocolate, de amostra grátis, mas não me agradou muito não.

O que fazer em Bruxelas?Roteiro Bruxelas - Galeries Saint Hubert

As ruazinhas em torno da galeria são uma graça e cheias de restaurantes com comidas típicas como ostras a preços bem honestos. Não paramos por lá pois me incomoda muito quando os restaurantes colocam alguém na rua tentando “puxar” clientes de qualquer maneira, fica a impressão de pega-turista, mas não sei dizer se realmente são.

O próximo ponto foi o cartão postal da cidade, a Grand Place! Preciso dizer que fiquei maravilhada com aquilo! Nela ficam o prédio da prefeitura, o Museu da cidade e conjuntos de fantásticos prédios de arquitetura flamenga onde funcionavam as guildas (algo como os sindicatos). Ah, e é também onde a cada dois anos, no mês de agosto, é montado o famoso tapete de flores.

Grand Place em BruxelasNatal na Grand Place em Bruxelas

Como era dezembro, estavam rolando alguns mercados de Natal pela cidade – e foi um sonho realizado, sempre quis ir em um desses! A maior parte das barracas e a roda gigante estavam na Place Saint-Catherine.

Estava um frio cortante então decidimos experimentar o vinho quente (sim, igual o nosso de festa junina), um sensacional sanduíche de raclette (!!!!) e alguns docinhos! Foi lá também que rolou uma projeção fantástica com temas japoneses na fachada da Église Saint-Catherine, em homenagem aos 150 anos de relações diplomáticas entre Bélgica e Japão.

Esse vídeo mostra um pouquinho de como foi (min 1:20).

Mercado de Natal em Bruxelas

Antes da meia noite ainda paramos em alguns bares pra experimentar cervejas belgas, afinal, esse foi um dos motivos principais da viagem! O Le Cercueil é um bar temático bem sombrio, decorado com caveiras e caixões. Além das cervejas você pode experimentar drinks como o “esperma do diabo” Hahaha!

O segundo lugar que paramos foi o The Sister, que descobrimos depois ser focado em produtos mais naturebas. Moral da história, cerveja orgânica também é boa! Rsrs…

Esses dois lugares eram nas travessas da Grand Place, onde passamos a virada. Não teve queima de fogos na praça (que aliás estava toda fechada com uma operação de segurança super rígida) mas foi bonito mesmo assim. De tempos em tempos ocorre um show de som e luzes nos prédios, é muito lindo!

Demos uma volta pra ver como estavam os outro pontos da cidade, paramos num último pub que não faço ideia de onde era e voltamos pro hotel. Ano novo europeu é assim, bem menos animado que os nossos rs.

Bar diferente em BruxelasNatal na Bélgica

Mapa com os pontos visitados

Dia 2: Bruxelas

Começamos o dia pegando o metrô rumo a região alta da cidade para ver o Palácio da Justiça, que imagino ser lindo atrás de todos aqueles andaimes! 🙁 De lá se tem uma vista interessante da cidade. Caminhamos um pouco pelo Boulevard de Waterloo, avenida com algumas lojas de grife, galerias e cafés e partimos para o centro.

Vista de Bruxelas

Andamos meio sem rumo, parando pra comer um chocolatinho de vez em quando (a Leônidas é uma das lojas famosas com opções bem gostosas, além da Godiva, é claro) até que chegamos no Manneken pis, um dos símbolos da cidade.

O monumento (pequenininho, vale lembrar) é uma fonte com um garotinho fazendo xixi. Não se sabe bem qual é a história dele, mas o fato é que todo mundo se aglomera ali pra ver o menino, que inclusive tem um guarda roupas (sem dúvidas maior que o meu) para se vestir a caráter em diferentes ocasiões.

Roteiro bruxelas - Maneken Pis

As ruazinhas ao redor são uma graça, e já que a cidade é conhecida como a capital dos quadrinhos (foi lá que “nasceram” Tim Tim, Os Smurfs entre outros), existe uma rota com alguns grafites gigantes espalhados por lá. Você pode seguir o roteiro ou deixar pra ir descobrindo sem querer.

Ainda falando sobre isso, o Belgian Comic Centre, conhecido como museu dos quadrinhos, o Musée Hergé (um pouco afastado da cidade) e a Loja do Tim Tim são outras opções pra quem curte o assunto.

Rota dos quadrinhos em Bruxelas - Grafite do Tim Tim

A próxima parada foi o Delirium Café, o bar com a maior carta de cervejas DO MUNDO! Na verdade é tanta cerveja que a gente fica até meio perdido.

O lugar é enorme, dividido em três ambientes. No térreo ficam as taps, as torneiras com opções clássicas da Delirium como a Tremens e a Nocturnum. O subsolo é o pedaço mais famoso, com várias bandejas decorando o teto e muitas opções de rótulos para escolher (aqui vai uma dica, evite as cervejas do tipo sour, a não ser que você curta um estilo bem azedo!). No último andar são servidas cervejas especiais, importadas, exemplares raros e com sabores exóticos, ali a coisa é toda mais séria.

No beco onde fica o bar está a estátua da Janneken Pis, a “irmã” do Manneken Pis, uma garotinha fazendo xixi que não sei porque está escondida atrás das grades.

Delirium Café em BruxelasOnde tomar cerveja em Bruxelas? Delirium Café

Assim como a cerveja, o chocolate e o wafle, as batatas fritas também são tradição na Bélgica! Existem várias friteries pela cidade (todas as cidades, aliás), lugares especializados em vender essa gordice maravilhosa que vem em um cone e você escolhe um dos vários molhos para acompanhar. É óbvio que não resistimos a essa tentação! 😉

Pra encerrar o dia fomos conhecer o Atomium, um excêntrico prédio em forma de átomo futurista, que foi construído para a exposição universal de Bruxelas em 1958. O plano é que ele fosse desmontado no fim da expo, mas acabou sendo mantido e hoje abriga mostras temporárias em suas esferas, além da vista, que deve ser linda lá de cima!

Ali ao lado fica o Mini-Europe, que como o nome sugere, é um parque com réplicas em miniatura de cidades européias.

Atomium Bruxelas

Mapa com os pontos visitados

Ps. dá pra fazer a maioria dos trechos a pé, mas como estava muito, muito frio, acabamos usando bastante o metrô, que inclusive é bem fácil de entender.

De lá fomos conhecer algumas cidades no sul do país, clique aqui para continuar lendo!

*Informações de Fevereiro/2016

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